Conheça mais sobre o panorama do mercado da linha branca no Brasil
Após vivenciar uma crise nas vendas nos últimos anos em razão da instabilidade política e econômica, o setor de linha branca no Brasil começa a virar o jogo. Desde de que o governo liberou o dinheiro das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), no primeiro semestre de 2018, houve uma verdadeira corrida dos consumidores às lojas.
Entre os itens mais procurados podemos citar as lavadoras tanto de roupas quanto de louças, fogões, micro-ondas, liquidificadores, fritadeiras, aspiradores de pó e geladeiras.
Especialistas mais otimistas já preveem um crescimento na ordem de 6% no setor neste ano, mas oscilações dos preços dos insumos utilizados na matéria-prima dos produtos podem ser um limitador.
Para você acompanhar as tendências desse mercado, elaboramos este post com todas as informações que ajudarão a sua empresa a adotar as melhores tomadas de decisões. Vamos a elas!
Descubra como foi a evolução da linha branca nos últimos anos
Composto por eletrodomésticos, o setor de linha branca já sofreu inúmeras reviravoltas nas vendas nos últimos anos. Acompanhe:
2011 — Boom dos eletrodomésticos
Em 2011, o setor viveu um boom em razão da redução na alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializado), anunciado pelo governo naquele ano para estimular o consumo.
A medida deu certo. Muita gente que sonhava com uma máquina de lavar mais robusta ou que queria trocar a antiga aproveitou o momento e foi às compras, gerando mais empregos e transações financeiras. A Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Eletrodomésticos) previu na época uma redução de até 15% nos preços dos produtos.
2014 — A vez das TVs de plasma
Porém, passados três anos, quando o país fervilhava de emoção por conta da realização da Copa do Mundo, os consumidores investiram suas economias ou se endividaram para adquirirem um item muito assediado: os televisores de plasma.
Situação do mercado de linha branca
Dessa maneira, o número de eletrodomésticos da linha branca comercializados pela indústria ao comércio teve uma queda de 12% em comparação a 2013, tendo como base o primeiro semestre, ou seja, de janeiro a junho. Foi o pior desempenho em relação aos últimos dez anos em termos de análise financeira.
Na comparação anual, o rombo foi ainda pior no momento em que os torcedores estavam vidrados na seleção canarinho: houve redução de 20% nas transações. Como consequência, os estoques das fábricas ficaram lotados e houve suspensões temporárias nos contratos de trabalho, o chamado lay-off.
Outro reflexo do cenário foi o aumento do desemprego: somente na indústria mecânica, que engloba a linha branca no Brasil, mais de 15 mil colaboradores perderam seus postos de trabalho.
Medidas governamentais
Assim, diante de um boom de críticas, o governo da época decidiu estender a permanência da redução do IPI na tentativa de animar o setor.
As geladeiras, por exemplo, que tinham uma alíquota de 15%, ficaram com apenas 5%. Os tanquinhos caíram de 10% para zero. No entanto, o Ministério da Fazenda vem travando uma verdadeira guerra com o setor em uma espécie de gangorra no cenário financeiro.
2018 — Previsão de melhora
Agora, passados quatro anos, a briga dos empresários do setor continua. Só que, dessa vez, a indústria já está respirando melhor e prevê uma melhora no cenário econômico.
Veja os motivos que podem influenciar no crescimento
Como os produtos da linha branca estão no coração dos brasileiros, eles acabam sendo um verdadeiro termômetro da realidade de todos os níveis econômicos.
Melhora nos índices de desemprego
Apesar de o índice de desemprego ainda estar bem alto no país, houve uma melhora na geração de novas vagas nos últimos meses. Somado a isso, acontece, inevitavelmente, um aumento no consumo das famílias.
Por isso, os mais otimistas apostam em até 6% de aumento nas vendas em comparação a 2017, enquanto os mais cautelosos estipulam na faixa de 3% a 4%. A grande aposta está nas vendas de Natal e também em razão da queda da inflação, que caiu de 8,7%, em 2016, para 3,4% em 2017.
Taxa de juros mais baixa
Também não podemos deixar de lado a queda nas taxas de juros, passando de 14% para 10%, ou seja, muita gente que estava segurando o dinheiro agora já começa a gastar novamente.
A expectativa de crescimento do PIB, a soma de todas as riquezas do país, de 2,8% para 2018 é outro ponto que está entrelaçado com as perspectivas positivas voltadas ao setor.
Maior credibilidade da indústria nacional
Além disso, os consultores da linha branca projetam ainda uma previsão otimista para as exportações. Atualmente, mais de 40 produtos da linha branca no Brasil são vendidos para mais de 60 países. Em 2017, por exemplo, a balança comercial fechou com um saldo de U$ 67 bilhões, o maior da história.
Embora englobe todos os setores, tal melhora contribui para aumentar a credibilidade da indústria nacional em países com economias mais promissoras para novos negócios.
Conheça os campeões de venda da linha branca no Brasil
Sabendo-se que os produtos da linha branca são utensílios domésticos, com diversificações no modelo, durabilidade, eficiência e preço, alguns se destacam por conta dos hábitos dos brasileiros.
Máquina de lavar
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as máquinas de lavar estão cada vez mais presentes nos domicílios quando o assunto é linha branca.
Em 2006, por exemplo, a presença era de 20,9 milhões de unidades, enquanto em 2011 o número saltou para 31 milhões, ou seja, um considerável crescimento tendo como impacto a redução do IPI.
No entanto, como explicamos no post, o setor convive com altos e baixos. Mesmo assim, as famílias aumentaram o poder de compra e não deixaram de investir na máquina de lavar: o número saltou para 43 milhões em 2016.
Fogão
Agora, os campeões são os eletrodomésticos que poucas pessoas ficam sem: fogão e geladeira. A mesma pesquisa do IBGE revelou que quase 100% das residências contam com os produtos.
O fogão lidera por um motivo muito óbvio: todos precisam se alimentar para sobreviver. A maior parte dos produtos está nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Apesar da grande presença, o setor de linha branca no Brasil vem investindo pesado em pesquisas e inovações para que as famílias substituam os produtos antigos por modelos mais modernos. Trata-se de uma revolução que já está mudando o dia a dia das indústrias, trazendo mais motivação e boas perspectivas para o futuro.
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