Indústria deverá se recuperar no segundo semestre, prevê Fiesp
A indústria paulista de transformação deverá apresentar recuperação “lenta e gradual” a partir de julho. A projeção foi feita ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Para a Fiesp, no entanto, a retomada não deve ser suficiente para reverter perdas acumuladas desde o segundo semestre de 2011 e a entidade mantém previsão de crescimento zero para o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação brasileira em 2012.
Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, o melhor patamar do câmbio, a redução dos juros e a aprovação pelo Senado da Resolução 72, que unifica a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos importados, a partir de janeiro de 2013, deverão levar a uma melhora na atividade industrial, mas não imediatamente.
Para o economista, o resultado deve ser sentido apenas no segundo semestre e de forma contida. “Este ciclo de recuperação não vai ser da força e intensidade dos anteriores, será uma recuperação mais lenta e gradual”, afirma, dizendo que não se pode esperar uma recuperação exuberante num cenário de crise internacional.
Assim, a entidade mantém sua previsão de que a indústria de transformação nacional deverá fechar o ano sem crescimento sobre 2011, ante avanço de 1,4% no PIB da indústria em geral e alta de 2,6% no PIB da economia como um todo.
O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria de transformação paulista teve queda de 0,5% em março, ante fevereiro, com ajuste sazonal. No acumulado de janeiro a março de 2012, ante igual período do ano anterior, a queda foi de 6,1%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) dessazonalizado ficou em 81,4%, inferior aos 82,1% registrados em fevereiro e aos 83,5% de utilização em março de 2011.
Já o Sensor Fiesp para o mês de abril voltou a revelar expectativas negativas, ficando em 47,2 (resultados abaixo de 50 indicam perspectiva de desaceleração). O índice havia ficado positivo em março, em 51,9, após sete meses negativos. A queda é fator importante no entendimento da Fiesp de que a recuperação não deve ter início já neste segundo trimestre.
Confiança
O Índice de Confiança da Indústria da Fundação Getúlio Vargas (ICI-FGV) subiu 0,3% em abril ante março. O resultado foi influenciado por altas de 0,2% no Índice de Situação Atual (ISA) e no Índice de Expectativas (IE). Os resultados sinalizam que a indústria continua em ritmo lento e com perspectivas ainda mornas para o segundo trimestre. No horizonte de seis meses, o empresariado apresenta maior otimismo, diz a FGV.
Fonte: Jornal DCI