Maioria dos segmentos industriais está em crescimento
(03/12/2017) – A produção industrial acumula em 2017 três trimestres consecutivos de crescimento. De janeiro a setembro, 59% dos 93 ramos industriais apresentaram resultado positivo, enquanto em 2016 esta proporção foi de apenas 16%. Também é positivo o número de segmentos que cresceram no 3º trimestre de 2017 em relação ao anterior: 62%.
Essas informações constam de estudo realizado pelo IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, a partir de dados do IBGE, destacando que a importância destes números está no fato de demonstrar que “a reativação industrial ganha consistência”.
De acordo com o IEDI, o pior da crise ficou para e agora a direção é a do crescimento: a produção avançou 1,2% no primeiro trimestre, 0,3% no segundo e 3,1% no terceiro trimestre, em relação a igual período do ano passado. Com isso, acumulou resultado positivo de 1,6% nos nove primeiros meses de 2017. “É pouco para fazer frente ao declínio de quase 20% dos últimos anos, mas é um começo”.
Segundo o estudo, o terceiro trimestre se destaca não apenas porque, na comparação interanual, foi o melhor do ano, compensando a quase estabilidade do trimestre anterior, “mas também porque foi acompanhado de reação da indústria de transformação, algo que não ocorria desde o primeiro trimestre de 2014”.
Devido ao crescimento de 3,1% em julho-setembro e a um resultado muito próximo de zero na primeira metade do ano, a indústria de transformação voltou ao azul em 2017: +0,9% no acumulado até setembro.
Ainda mais ilustrativo do novo quadro industrial é o número de ramos na faixa de crescimento intenso, isto é, com ritmo de expansão superior a 10%. Em 2017, já são 15 (16% do total), enquanto em 2016 apenas 1 poderia ser assim classificado (celulose e outras pastas para fabricação de papel). No outro extremo, eram 9 os ramos que em 2016 passavam por uma crise fulminante, com perdas superiores a 20%. Em 2017, esse número caiu para apenas 1 (lâmpadas e outros equipamentos de iluminação).
Dentre os melhores colocados em 2017, encontram-se muitos segmentos associados à fabricação de bens de consumo duráveis, como componentes eletrônicos (+37,7%), equipamentos de comunicação (+27,0%), aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo (+21,6%) e equipamentos de informática e periféricos (+10,3%). A indústria automobilística também está representada com a produção de automóveis, camionetas e utilitários (+19,6%) e caminhões e ônibus (+17,2%).
Além desses ramos, registraram crescimento intenso outros vinculados à cadeia de processamento de metais, tais como fundição (+21,0%), ferro-gusa e ferroligas (+11,6%) e forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais (+11,3%).
BENS DE CAPITAL – Em contrapartida, do total de 23 segmentos industriais que ainda apresentam quedas consideráveis em 2017 – mais intensas que -4% – destacam-se várias atividades associadas à produção de bens de capital para investimentos de maior porte e alguns ramos da indústria química em geral.
No primeiro grupo, estão máquina e equipamentos de uso industrial específico (-4,1%), máquinas-ferramenta (-5,1%), equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica (-5,8%), máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção (-6,5%), estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada (-11,3%), geradores, transformadores e motores elétricos (-14,0%) e tanques, reservatórios metálicos e caldeiras (-14,8%).
No segundo grupo, encontram-se produtos de limpeza e polimento (-5,6%), produtos e preparados químicos diversos (-6,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,2%), defensivos agrícolas e desinfetantes (-7,5%), intermediários para fertilizantes (-11,7%).
Para esses segmentos com desempenho decepcionante em 2017, o terceiro trimestre trouxe ao menos algum alento, já que a maioria deles (18 dos 23 ou 78%) registrou melhora relativa em comparação com o resultado do segundo trimestre. Isso significou, como regra geral, uma redução dos níveis de contração, mas em alguns poucos casos chegou a ocorrer uma volta ao terreno positivo ou uma quase estabilização.
Os autores do estudo do IEDI concluem: “Em síntese, depois de tanto cair, a indústria voltou a um desempenho positivo em 2017, acompanhada pela maior parte de seus ramos e com um bom número deles em ritmo intenso de crescimento. No terceiro trimestre também se tornou majoritária a parcela daqueles com alguma melhora em relação ao trimestre anterior, contemplando inclusive aqueles ramos que ainda não conseguiram sair do negativo. Mantendo-se esse movimento, a recuperação industrial ganhará maior consistência.”
Fonte: Usinagem Brasil
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