Qual o preço da hora-máquina em usinagem?
USINAGEM BRASIL: Qual o valor da hora-máquina praticado pelos prestadores de serviços de usinagem no Brasil? Essa é uma pergunta que muitos profissionais do mercado, de compradores aos próprios prestadores de serviços, se fazem. Nós, do Usinagem-Brasil, em várias oportunidades já recebemos essa mesma pergunta e, infelizmente, não tínhamos uma resposta ou sequer uma entidade ou organização para indicar.
Esse mesmo questionamento surgiu no interior do Comprar Usinados, site lançado recentemente com o objetivo de colocar em contato compradores e fornecedores de peças usinadas, caldeiraria, montagens industriais etc. “A variação de preços é muito grande”, afirma Valdecir Pereira, diretor da GRV Software, empresa desenvolvedora do portal. “Para a realização de um mesmo serviço, num mesmo tipo de máquina, existem fornecedores que cobram 40 reais, enquanto outros cobram 400 reais”.
Para resolver a questão, decidiu-se realizar uma pesquisa com os prestadores de serviços de usinagem de todo o País. Um formulário foi encaminhado à base de fornecedores do portal, solicitando os valores praticados em cada tipo serviço, como fresadora, torno convencional, torno CNC, centro usinagem horizontal, vertical etc. Obteve-se cerca de 350 respostas, que foram organizadas e transformadas em uma nuvem de pontos com os valores apontados pelas empresas (que, aliás, não são nominadas), apresentando as médias de cada serviço.
A pesquisa, que está disponível no site Comprar Usinados sem qualquer restrição de acesso, fornece vários filtros. Assim, é possível saber quais os valores praticados num determinado Estado ou região (Grande São Paulo ou Interior de SP, por exemplo), o tipo de empresa (se é uma ferramentaria, usinagem geral etc.) e se a empresa possui ou não ISO 9000.
Pereira conta que, a princípio, a ideia de realizar a pesquisa recebeu alguns questionamentos e inúmeras sugestões que, na prática, acabariam inviabilizando a sua realização. “Eu achei que seria importante fazer um primeiro levantamento e só então, a partir da análise desses resultados, introduzir novos elementos e questionamentos para a realização de uma nova pesquisa”, explica.
Para o diretor da GRV Software, esse primeiro levantamento – além de revelar um quadro do mercado, com todas as suas discrepâncias – já será de grande utilidade para muitas empresas, como referência, inclusive para os novos entrantes nesse segmento. “A verdade é que muitos prestadores de serviços não têm as noções básicas dos conceitos de formação de preços, o que pode inclusive levar muitas empresas ao encerramento de suas atividades”, diz, acrescentando que está em seus planos disponibilizar no site um módulo gratuito do curso sobre este tema que a própria GRV oferece ao mercado.
Resultados – Apesar da grande diferença entre os preços praticados no mercado, a apresentação da pesquisa permite que se tenha uma ideia da média utilizada. A nuvem de pontos oferece a possibilidade de se observar a concentração dos valores. Para ficar num exemplo, tome-se o caso dos serviços em centros de usinagem de três eixos, um dos mais comuns no mercado. A “média” está na faixa entre 70 e 200 reais. Porém, o maior número de respostas se concentra nos valores 120 e 150 reais.
Christian Dihlmann, presidente da Abinfer, que participou da live de lançamento da pesquisa, parabenizou os realizadores. Segundo ele, essa questão (o valor dos serviços) estava no planejamento estratégico da entidade. “Achei fantástica a ideia, pode se tornar uma refêrencia, uma espécie de Tabela Fipe”, comentou. O dirigente lembrou que o setor de ferramentaria tem promovido alguns encontros para discutir formação de preços, visando à construção de uma metodologia. “Nos cursos que promovemos, às vezes, numa mesma sala, percebe-se grandes discrepâncias em relação aos valores praticados”.
Já para Alexander Tadeu Fim, diretor da Finetornos, o levantamento “é inovador e necessário. Precisamos ter essa referência”. Em sua avaliação, a pesquisa já pode ser considerada uma primeira abordagem do mercado, para se conhecer o problema. “E já demonstra isso graficamente, claramente, por todos os recortes, possibilitando inclusive aprimorar a própria pesquisa”.
Para Pereira, da GRV, a importância deste primeiro levantamento é a de oferecer alguns parâmetros. “E não só para discutir preços, mas os fundamentos dos preços praticados no mercado”, diz. “Eu acredito que a pesquisa não levará a uma padronização, mas irá reduzir as distorções, pois existem empresas que não fizeram a correta análise de custos”. Pereira adianta que a ideia é produzir novos levantamentos a cada seis meses.
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Matéria: Usinagem Brasil