Um panorama sobre a realidade das fábricas brasileiras
Vivemos um momento econômico desafiador em nosso país e isso tem impacto direto na realidade de fábricas brasileiras. A capacidade ociosa é grande e a participação do setor industrial na economia nacional é menor do que de outros países emergentes, como a China.
A situação é ainda mais grave quando falamos da indústria 4.0, pois o Brasil está muito longe de alcançar os níveis de desenvolvimento
tecnológico dos países mais desenvolvidos. As políticas protecionistas e intervencionistas do Estado restringiram o comércio internacional por muitos anos.
Com a falta de competição no passado, as indústrias não enxergavam a necessidade de investir em inovação, o que ocasionou a perda de competitividade, atraso que podemos notar até os dias de hoje.
Diante disso, neste artigo vamos trazer uma visão geral sobre o atual cenário do setor industrial brasileiro.
Qual é o momento econômico do setor industrial brasileiro?
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o crescimento das indústrias brasileiras está longe do ideal, mas o cenário de queda começou a mostrar sinais de melhora. O setor industrial apresentou crescimento em 2017. O principal motivo foi o aumento da demanda interna, resultado alcançado principalmente por causa da baixa na taxa de juros e da retomada do crescimento do mercado de trabalho.
Isso significa que o ano de 2017 conseguiu interromper a sequência de queda que vinha acontecendo nos últimos três anos, quando a indústria encolheu 17% no geral. Ao analisarmos setores específicos, o pior desempenho foi no segmento de produção de ônibus e caminhões, que apresentou queda de 64%.
O modelo protecionista ainda traz reflexos para o desempenho do setor industrial brasileiro, pois a falta de abertura comercial ocasiona a perda de competitividade. Por outro lado, a recessão dos últimos anos impactou diretamente a capacidade de investimento desse mercado. A capacidade ociosa é alta e a taxa de juros ainda não gera interesse nos empresários em buscar crédito para investir.
É justamente essa falta de investimento que provoca atrasos nos avanços tecnológicos, o que é extremamente prejudicial, criando um ciclo vicioso de falta de competitividade. Afinal, é exatamente a inovação que gera o desenvolvimento do setor.
E não faltam novas tecnologias disponíveis no mercado para serem incorporadas. Por isso, empresas que focam em diferenciais competitivos, mesmo em cenários de recessão econômica, não deixam de investir em tecnologia, conseguindo, dessa forma, estar sempre um passo à frente de seus concorrentes.
Como as tecnologias são implementadas e aplicadas?
Vivemos na era da quarta revolução industrial. Trata-se de um processo iniciado no ano de 2011, na Alemanha, quando a digitalização das operações nas indústrias começou a ser realidade.
A tecnologia traz grandes ganhos para produtividade, por meio da interconexão de máquinas, armazenamento de dados em nuvem e inteligência artificial na automatização industrial. Inúmeras tarefas podem ser realizadas sem a interferência de seres humanos, reduzindo erros e maximizando números na linha de produção.
Apesar do atraso tecnológico do nosso país, existem inúmeros casos de indústrias que apostam na inovação como diferencial para se destacarem em seus nichos de atuação.
Uma fábrica de cosméticos em Goiânia, por exemplo, utiliza a nanotecnologia para produzir o item principal do seu negócio: uma loção corretiva para unhas. Em uma escala atômica e molecular, ativos encontrados no cerrado brasileiro foram inseridos no produto.
Outra indústria da região também está enquadrada no modelo 4.0 e já exporta para quatro países. Produzindo itens de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, a empresa se encontra na direção oposta do setor industrial brasileiro. Enquanto a maioria demite, eles contratam, afirmando que essa realidade só é possível devido ao desenvolvimento de novos produtos com auxílio da inovação.
No estado do Mato Grosso, a tecnologia está à frente da estratégia de produção de uma indústria de móveis. Após o aniversário de 20 anos da empresa, que foi aberta em 1980, a direção identificou a carência de investimento na inteligência dos processos, a fim de otimizar e aprimorar as tarefas. A solução encontrada foi robotizar toda a indústria, o que se tornou o principal diferencial competitivo do negócio. Hoje em dia, os colaboradores são responsáveis apenas por alimentarem as máquinas com as peças, que ficam encarregadas do resto.
Portanto, podemos afirmar que a adoção da tecnologia no setor industrial brasileiro não é uma opção e sim uma obrigatoriedade para as empresas manterem suas portas abertas de forma competitiva.
De que forma a realidade das fábricas brasileiras deve mudar?
O desenvolvimento da indústria no Brasil, devido justamente ao surgimento de novas tecnologias, é uma grande certeza. A reversão do cenário não satisfatório dos números desse setor, inevitavelmente, passa pelo investimento em inovação.
Mas para que os empresários e executivos responsáveis pela tomada de decisão entendam isso, é preciso que eles entendam o que é a digitalização. E isso só será alcançado por meio da educação corporativa.
A transformação da indústria para uma realidade totalmente automatizada e inovadora é um passo mais do que necessário para ganhar não só espaço no mercado interno, mas também atingir novos índices de exportação.
Essa transição para um novo modelo de negócio digitalizado, já avançado em outros países, impacta a eficiência de todos os segmentos. O futuro é visto como uma era em que o consumidor poderá customizar o produto comprado da forma que desejar, como se estivesse inserido na própria linha de produção da fábrica.
A transformação do setor de recursos humanos também será cada vez mais notada. Enquanto os robôs fazem o papel dos funcionários na produção, colaboradores tecnicamente especializados em lidar com essas máquinas terão vagas garantidas.
Alguns especialistas afirmam que a indústria brasileira ainda está na fase de transição de 2.0 — caracterizada pela linha de montagem com eletricidade — para a indústria 3.0, reconhecida pela automação eletrônica, robótica e programática. Mas, unindo forças entre governo, instituições de pesquisa e lideranças do setor, é possível passar para a realidade 4.0 e fazer parte dessa revolução que só traz benefícios para o setor industrial do Brasil.
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