Argentina trava exportações do Brasil, e principais setores afetados são fabricantes de pneus e autopeças

As indústrias do Grande ABC estão sendo, de novo, prejudicadas pela demora do governo da Argentina em aprovar licenças alfandegárias, para a entrada de produtos no mercado consumidor daquele país.

 

Levantamento da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) mostra que segmentos importantes para a economia dos sete municípios enfrentam problemas na fronteira. Entre os principais setores afetados estão fabricantes de pneus (com US$ 148,9 milhões em licenças pendentes) e autopeças (com US$ 23,2 milhões em produtos retidos). A demora chega a 500 dias, no caso, por exemplo, de ferramentas, segundo a entidade.

 

Entre as chamadas licenças não-automáticas e as declarações juradas antecipadas de importação, as barreiras ultrapassam os US$ 187 milhões em produtos retidos nos setores consultados pela Fiesp.

 

Diante desse quadro, o presidente da federação, Paulo Skaf, afirmou que vai continuar liderando negociações para encontrar solução que seja “boa para os dois lados”. “Os argentinos são nossos vizinhos e importantes parceiros comerciais, mas não podemos aceitar que a indústria brasileira seja prejudicada por medidas unilaterais”, acrescentou.

 

GRANDE ABC

Uma das companhias que sofrem com essa questão é a Pirelli. A empresa fabricante de pneus cuja sede brasileira fica no Grande ABC, está com produtos retidos aguardando pela liberação da anfândega argentina.

 

As montadoras de veículos, por meio da Anfavea (Associação das Fabricantes de Veículos Automotores), também reconhecem que o problema atrapalha as relações comerciais das empresas com o país vizinho.

 

Para as indústrias da região, de forma geral, os entraves são uma questão delicada.Isso porque o país vizinho é o principal mercado para os produtos exportados por boa parte dos sete municípios. A Argentina lidera o ranking de destinos de itens de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema e fica em terceiro em Mauá.

 

Só no primeiro bimestre, os sete municípios obtiveram US$ 443 milhões em encomendas para lá. Com isso, o saldo comercial ficou positivo em US$ 380 milhões (as importações somaram apenas US$ 63 milhões).

 

E apesar dos entraves, a balança devem seguir a favor do Grande ABC. No caso de Santo André, São Bernardo e Diadema, as encomendas à Argentina cresceram no primeiro bimestre frente ao mesmo período do ano passado, respectivamente, 34%, 12% e 81,5%.

 

Fonte: Diário do Grande ABC

 

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