Abimaq prevê déficit comercial recorde em 2012

O déficit da balança comercial para o setor de bens de capital pode chegar a US$ 20 bilhões neste ano, batendo um novo recorde. O recorde vigente foi atingido no final de 2011, quando o setor registrou déficit de US$ 17,9 bilhões. Valor 13,6% superior ao resultado de 2010. A expectativa é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, ao analisar o déficit de US$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano.

 

Os dados divulgados nesta quarta-feira pela Abimaq mostram que o resultado do primeiro trimestre poderia ter sido pior já que, em março, houve um aumento pontual das exportações, que tiveram um crescimento de 29,4%, na comparação com o mesmo mês de 2011. Segundo Aubert Neto, houve um grande volume de exportações de grandes multinacionais que realizaram transações intercompany. “Essas multinacionais muitas vezes têm contrato de exportações para suas matrizes, o que explica esse crescimento no setor de máquinas”, disse o presidente da Abimaq.

 

Ano a ano, o déficit comercial do setor de bens de capital tem crescido devido à perda de competitividade da produção nacional, segundo Aubert Neto. “Tudo leva a crer que vamos bater um novo recorde, pois ainda temos câmbio, juros e tributos muito altos”, afirmou. Neste primeiro trimestre, de todo o volume de máquinas consumidas no País, apenas 28% foram produzidas no Brasil. A maior parte (58%) foi importada pelo setor, enquanto 14% foram importadas e revendidas no país.

 

O presidente da Abimaq avalia que o recente esforço do governo para reduzir a taxa de juros e colocar fim à guerra dos portos sinaliza uma boa intenção, mas não é suficiente para resolver o problema. Esse panorama atual do setor já tem reflexo nos empregos. Em março, na comparação com o mês anterior, houve queda de 1,3% no pessoal ocupado no setor. Segundo Aubert Neto, de outubro de 2011 até março deste ano, mais de 4.100 trabalhadores foram demitidos. “Era mão-de-obra qualificada com salário médio de mais de R$ 3 mil. Se não combatermos o tripé juros, câmbio e tributo, vamos continuar demitindo.”

 

Fonte: Agência Estado

Compartilhe:

Associações e parceiros