GM tem demitido cerca de 100 funcionários por mês, diz sindicato
Já o presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos de São José diz que existe um processo generalizado de demissões pela montadora.
Com o fim da fabricação dos modelos Zafira e Meriva, da General Motors (GM), atualmente produzidos na planta de São José dos Campos (SP), os veículos substitutos não serão mais fabricados nesta unidade. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul (SP), Aparecido Inácio da Silva. Segundo ele, a nova linha será transferida para a planta da empresa no ABC, o que tem gerado a demissão de cerca de 100 funcionários por mês, em São José dos Campos. “O que acontece é que nós estamos contratando e, eles, demitindo”, explica Silva.
Já o presidente eleito do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Antônio Ferreira de Barros, discorda dessa afirmação e diz que existe um processo generalizado de demissões pela montadora. “Para atingir um faturamento global de US$ 10 bilhões, a GM tem optado por realizar inúmeras demissões, inclusive ilegais, em várias plantas, incluindo funcionários lesionados em ambiente de trabalho”, afirma Barros.
O sindicalista também destaca que é necessária a abertura urgente de um turno para a fabricação de dois novos modelos, pois com as recentes demissões, os funcionários têm feito muitas horas extras, o que aumenta o risco de acidentes de trabalho. “A receita mágica para a GM engordar o seu caixa tem sido o corte de vagas e aumento de horas extras”, reclama Barros.
Ainda ontem, metalúrgicos da GM de São José aprovaram, em assembleia, a pauta de reivindicações da campanha pelo Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2012. No ano passado, segundo o sindicato, os trabalhadores receberam cerca de R$ 11,2 mil, após forte mobilização. O valor a ser reivindicado para 2012 ainda não foi definido, mas o pleito será por uma PLR superior a de 2011, com pagamento a ser realizado no próximo mês.
A reivindicação vem em um momento delicado para os trabalhadores, em meio a rumores de que 1,5 mil trabalhadores seriam demitidos em razão da transferência da nova linha de produção para o ABC. Barros rebate a informação e diz que a planta do Vale do Paraíba não comportaria tal número de dispensas. Já para Silva, os cortes devem continuar. “A tendência é de que a GM continue mandando funcionários embora em São José”, acrescenta. Procurada, a GM informou que não comenta temas futuros.
Fiat
A unidade de Córdoba da Fiat, na Argentina, voltou a paralisar sua produção por falta de insumos, informou ontem o porta-voz do Sindicato dos Mecânicos e Afins do Transporte Automotor (Smata), Leonardo Almada. A empresa alega readequação da linha e 300 operários serão prejudicados.
Fonte: Jornal DCI