Metalurgia ganha espaço com crescimento econômico e grandes eventos

Indústria naval, automobilística e construção civil buscam mão de obra especializada

 

Desde a antiguidade até o dias atuais a metalurgia deu um salto em qualidade e tecnologia que nem mesmo o maior visionário poderia supor. Hoje, o setor trabalha com processos que envolvem técnicas refinadas que vão do uso de ligas especiais para diversos fins até a soldagem. Essa evolução vem obrigando os profissionais a se especializarem e aumentar o conhecimento para não correrem o risco de ficarem defasados.

 

Segundo Maurício Ogawa, especialista em metalurgia do Senai, com o crescimento da economia do Brasil o setor ganhou novo impulso a partir dos vários projetos em andamento. “São plataformas de petróleo, navios, fábricas de automóveis, construção civil, siderúrgicas, complexo petroquímico de Itaborai, usina de Angra 3, porto de Açu entre outros empreendimentos. Não podemos esquecer, ainda, do Pré- Sal que irá exigir mais profissionais”, explica.

 

Para Ogawa os grandes eventos como a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada de 2016 exigirá obras de infraestrutura onde a metalurgia estará presente. “Temos visto na cidade do Rio obras visando estes dois eventos. Elas irão exigir pessoal capacitado, por isso considero o mercado em alta para quem já atua ou pretende ingressar nele”, revela.

 

“A procura por profissionais capacitados é bastante grande. As empresas querem pessoal que esteja atualizado com os processos e tecnologias empregadas no setor seja nas validações a partir de ensaios não destrutivos a aplicação de líquidos ou partículas magnéticas ou o uso de outras técnicas como ultrassom, raio-x, phased array, por exemplo. E a procura vem recaindo em quem está atualizado”, garante.

 

Mas a procura não se restringe unicamente por trabalhadores de alta qualificação. O mercado quer pessoal que tenha conhecimento em soldagem. “Um exemplo está na indústria naval, onde este tipo de profissional tem bastante procura e a tendência é aumentar mais, com as encomendas de novos navios e de plataformas pela Petrobras. Em média são contratados cerca de 100 soldadores mensalmente”, diz Maurício Ogawa.

 

A procura por cursos de qualificação no Senai superou qualquer expectativa do órgão. Segundo Ogawa há uma fila de espera imensa.” O Senai tem procurado atender esse volume de pessoas que querem se qualificar ou aprender uma profissão neste setor. Entretanto, há uma certa dificuldade de atendé-los. Só para se ter uma ideia, vários de nossos cursos são gratuitos, mas teve gente que se propôs a pagar, só para conseguir a vaga. Explicamos que isso não era possível. A saída foi aguardar por uma vaga” , conta o representante do Senai.

 

Assim como as fábricas de automóveis abrem um terceiro turno de funcionamento, o Senai também teve que partir para cursos durante a noite: Corujão e Galo da Madrugada. “Começamos de forma experimental,até porque não tínhamos certeza de que teríamos tantos alunos para esse horário. Hoje, a procura é imensa e as turmas cheias, o que demonstra o interesse das pessoas em se qualificarem, independente do horário”, conclui.

 

Fique por dentro

 

A região Sul do Estado do Rio emprega 20.216 trabalhadores, enquanto a Leste é a segunda maior empregadora, com 11.201 trabalhadores, seguida da capital, com 10.832.

 

Em todo o estado há 49.070 empregados no setor, com salário médio de R$ 2.304,44. O segmento conta com 569 estabelecimentos no estado do Rio.

 

O Rio paga melhor no setor de Metalurgia, com salário médio de R$ 2.538,22. A região da Baixada Fluminense, no entorno de Duque de Caxias, é a que registra os melhores salários aos trabalhadores com formação de Ensino Médio completo (em média, R$ 2.401,68).

 

Aqueles que têm escolaridade mais alta, especialistas e engenheiros com ênfase em Metalurgia, recebem, na capital,em média, R$ 6.247,00.

 

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/educacao/mercado_trabalho/

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